Ana Paula Cruz
Guardiã de Memórias
Textos

A cigarra e as formigas
 
Houve um tempo
Uma cigarra
Estava sempre a chiar
Ao pé do formigueiro
Parava só pra descansar.
 
Seu maior divertimento
Era sempre observar
As formigas trabalhando
Dia e noite sem cessar.
 
O bom tempo
Então passou
Veio chuva, muito frio
A cigarra ficou em apuros
Sentindo fome e calafrios.
 
Sem abrigo
Sem comida
Com passos bem ligeiros
 “Toque, Toque, Toque, Toque”
Bateu então no formigueiro.
 
A formiga friorenta
Em um xalinho embrulhada
Aparece e pergunta:
- O que queres cigarra?
Parece tão desesperada!
 
Tossindo e cheia de lama
A cigarra implora a formiga:
- Preciso de agasalho
E um pouco de comida.
 
- O que fez durante o bom tempo?
Quis saber a formiga.
Depois de um ataque de tosse,
Responde a pobre mendiga:
- Eu cantava bem sabes!
 
- Ah ! Então é você
Quem cantava
Enquanto todo o
Formigueiro trabalhava?
 
- Pois entre ,amiguinha!
  Você nos proporcionou
  Muita alegria
  Com toda sua cantoria!
 
- Entre, boa vizinha!
  Seja bem-vinda
 Ao nosso formigueiro!
Sare sua tosse
 E volte a cantar
 O verão inteiro!

dominio público(Monteiro Lobato)reescrito em versos por Ana Paula Cruz
Enviado por Ana Paula Cruz em 12/07/2012
Alterado em 26/06/2024
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