Ana Paula Cruz
Guardiã de Memórias
Textos
     Negrinho do Pastoreio
 
 
Pobre negrinho do pastoreio,
de Nossa Senhora, afilhado,
trabalhava o dia inteiro,
escravo numa fazenda de gado.
 
Numa noite bem escura,
tendo o vento como cantiga,
para sua amargura,
cochilou de tanta fadiga.
 
Ao acordar muito assustado,
percebeu então o perigo,
negrinho ficou apavorado,
 os cavalos haviam fugido.
 
O menino voltou pra casa,
não sabia o que fazer.
O fazendeiro, pessoa maldosa,
espancou o escravo até morrer.
 
O corpo ferido jogou,
em um grande formigueiro,
 um vento forte soprou,
assustando o fazendeiro.
 
Forte nevoeiro, ventania,
tomou conta do lugar,
depois da covardia,
fazendeiro viu o negrinho ressuscitar.
 
Negrinho saiu em disparada,
com a tropa que antes fugira ,     
até hoje pelas madrugadas,
sai pelos campos, é guia.
 
Se algum objeto você perder,
pede logo pro Negrinho,
basta uma vela acender,
que ele aparece rapidinho!
domínio público reescrito em versos por Ana Paula Cruz
Enviado por Ana Paula Cruz em 21/08/2012
Alterado em 21/06/2021
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